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Festa Internacional Literária de Paraty de 2021: a Festa literalmente e literariamente da catarse

30 de agosto de 2021
Em Crônicas
A A
GRAVURA: VRS MONTAGEM COM IMAGENS DA PIXABAY

GRAVURA: VRS MONTAGEM COM IMAGENS DA PIXABAY

Abro o site da Festa Literária de Paraty e deparo com o texto de apresentação da 19ª edição da Festa: “Nhe’éry, Plantas e Literatura”. O título é insinuante,  as palavras  “Nhe’éry” e “plantas” me provocam frisson. À medida em que leio o texto, fico sabendo que a palavra que inicia o título se pronuncia “nheeri” e que é  o  termo  ao  qual o povo Guarani denomina a Mata Atlântica.  Também fico sabendo que a palavra significa “onde as almas se banham”.

“Índio”… “Mata Atlântica”…  As duas palavras atiçam a minha memória e me fazem pensar na 1ª Geração do Romantismo brasileiro. A Flip então vai homenagear Gonçalves Dias? José de Alencar? Ah! Iracema! Os índios Tabajaras que Alencar idealizou na Mata Atlântica…

Mas o curso natural da leitura empandeira a minha suspeita. Está no texto:  “neste ano teremos uma homenagem coletiva, para todo(a)s o(a)s pensadores(a)s/conhecedor(a)s/mestre(a)s indígenas que tiveram suas vidas interrompidas pela Covid-19”.  Quem se lembra da imprensa notificando a morte desses intelectuais?  Quem é que viu as grandes revistas da intelectualidade brasileira fazerem menções aos intelectuais indígenas? São pessoas que ajudaram a escrever lindas páginas da nossa história e que não tivemos o privilégio de ao menos de vê-los citados  na grande impressa, mas que para a cultura indígena e para a imprensa regional  soam tão bem quanto os nomes de   Paulo Freire, Carlos Drummond  ou  ─ para sermos mais contemporâneos ─  como Aldir Blanc ou Alfredo Bosi, esses dois também vítimas da Covid-19.

Vejo que entre os homenageados estão Higino Tenório,  escritor, especialista em arte rupestre, benzedor e criador da primeira  escola indígena para o povo Tuyuka;  Meriná,  também benzedora e mestra em rituais de  cura e benzimentos do povo Macuxi; o artista plástico  e escritor Feliciano Lana… há na lista diversas outras     personalidades das artes, da cultura e do ativismo indígena de nosso país que foram vítimas da covid-19 e que serão homenageadas. Fico contente em ver que a Flip  não esqueceu de homenagear  celebridades intelectuais  de “outras sabedorias e narrativas”  ─  conforme diz o texto ─ dentre elas   o cantor, compositor, artista plástico e pesquisador Nelson Sargento, o  escritor Vicente Cecim, o compositor e cronista Aldir Blanc.

Impossível não se empolgar com a nova concepção da 19ª edição da Flip! Todas as Flips foram encantadoras e tiveram uma função social e literária   importantíssima, mas a que será realizada entre os dias 27 de novembro e 5 de dezembro terá um encanto e um engajamento nunca dantes  ocorrido: a preocupação com as nossas questões indígenas, a preocupação com a natureza, a reflexão da realidade que nos assombra à luz da literatura. E o que a literatura senão o espelho do mundo? Um espelho que nos provoca reações? Um espelho que nos leva à catarse? E o que a catarse senão purificação?  Purificação?   Qual o significado mesmo de “Nhe’éry”? “onde as almas se banham”. Banhar-se é purificar-se! então! Esta será a Flip da catarse, da purificação.

Vald Ribeiro

Tags: literaturavald ribeiro
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