• CAPA
  • Expediente
sábado, 6 de março de 2021
Palavras!
  • CAPA
  • Crônicas
  • PoeticaMente
  • Clássicas
  • Amor
  • Política
Sem resultado
Ver todos os resultados
  • CAPA
  • Crônicas
  • PoeticaMente
  • Clássicas
  • Amor
  • Política
Sem resultado
Ver todos os resultados
Palavras!
Sem resultado
Ver todos os resultados
Capa Crônicas
José de Alencar e Rachel de Queirós na Marquês de Sapucaí

José de Alencar e Rachel de Queirós na Marquês de Sapucaí

Em Crônicas

Estou ansioso para ver José de Alencar e Rachel de Queiroz desfilando na Sapucaí este ano. O interessante é a disparidade de anos que separam os dois:  Alencar Nasceu em 1829 e Rachel em 1910. Mas há muitas coisas que os unem. A primeira é que os dois, além de ser conterrâneos, são parentes: a avó materna de Rachel era prima-avó de José de Alencar. Outro elemento comum está na escrita literária: ambos primaram por inserir elementos regionais em suas obras. Basta observar, por exemplo, Iracema e O Quinze. Outra semelhança é que Alencar era romancista, cronista e jornalista; Rachel também.  E para fechar as coincidências: ambos tiveram a honra de ser membro da Academia Brasileira de letras.

            Como eu ia escrevendo: eu estou ansioso por ver os dois na Sapucaí. É que a União da Ilha vai levar para a avenida um samba-enredo que retrata o Ceará.  E pelo o que dizem, a Escola vai fazer uma grande homenagem aos dois escritores. Aí que reside a minha curiosidade! A começar pelo título do samba-enredo: “A peleja poética entre Rachel e Alencar no avarandado do céu”. Veja que o título é sugestivo e nos faz pensar nos dois escritores se duelando poeticamente na Avenida.  No  bom linguajar nordestino “peleja” é luta, é duelo. O termo naturalmente remete aos títulos dos livretos de literatura de cordel a querida tricolor deverá levar, quem sabe, uma ala de cordelistas.

            Mas a peleja que a  Ilha vai contar, provavelmente, será uma peleja feliz porque o título indica que a ação será num “avarandado do céu”. E o que é a varanda senão um lugar de deleite? Fico imaginando os dois neste local livre… imagino que a representação será no mesmo carro alegórico.

Aliás, por falar em peleja a, Paraíso do Tuiuti vai levar para a avenida uma peleja também 100% cearense. A Azul e Amarelo de São Cristóvão tem uma ala coreografada cujo nome é “A peleja entre o bode da resistência e a coxinha ultraconservadora”.  Ceará em alta neste carnaval carioca! Oss coxinhas… em baixa. Certamente ficarão furiosíssimos com esse samba-enredo.

Carnaval que vai deixar a galera conservadora P. da vida porque a Mangueira e a Tuiuti vão explorar temas sociais com menções a ícones que eles detestam. Já imaginou a cara de um bolsonarista ao ver a Mangueira citando o nome de Marielle Franco ou a Tuiuti com a ala dos coxinhas? E diz o coreógrafo que os “coxinhas” da ala vão fazer aquele gesto medonho da  arma com as mãos. Será coisa para todo Bolsonarista botar defeito e para socialista nenhum botar defeito!

Mas o carnaval está aí. Momento para que a gente dê pausa em nossas tristezas individuais e sociais. E, como o ano passado foi carregado   e este começo de ano também, conforme afirmou   um babalorixá, temos que entrar na folia mesmo, desopilar o cérebro, botar  o luto para escanteio e manter aquela fé que Gonzaguinha nos mostrou de “viver” — nem que seja por momentos no carnaval —  e sem ter “vergonha de ser feliz”. A Império Serrano vai levar essa música como samba-enredo este ano. Como ela abrirá o desfile, a música será um belo recado para nós: que neste carnaval — e em toda nossa vida possamos viver sem  “ter a vergonha de ser feliz”. Afinal, o que é a vida? “Ela é maravilha ou é sofrimento? / Ela é alegria ou lamento?”. Todas as escolas vão discutir essas coisas na avenida. A música de Gonzaguinha transformada em samba-enredo pela Verde e Amarelo de Madureira servirá de índice para os três dias de folia na Sapucaí.

Vald Ribeiro

27 de fevereiro de 2019

Tags: políticavald ribeiro
Pin
Anterior

O poeta e outras crônicas de literatura e vida

Próxima

Sobre Marias, Mahins, Marielles e Malês

RELACIONADOS

Crônica de Machado de Assis publicada no dia 02 de março de 1873
Capsula do tempo

Crônica de Machado de Assis publicada no dia 02 de março de 1873

O homem que vendia tornozeleira eletrônica no trem
Crônicas

O homem que vendia tornozeleira eletrônica no trem

Nanoamor
Crônicas

Nanoamor

Imagem: divulgação
PoeticaMente

Novidade na poesia concreta brasileira: a videoantologia “Poesias Multileituras de Paulo Esdras”

Por causa do leite condensado do presidente
Crônicas

Por causa do leite condensado do presidente

O Exército está flopando
Crônicas

O Exército está flopando

Próxima
Sobre Marias, Mahins, Marielles e Malês

Sobre Marias, Mahins, Marielles e Malês

Please login to join discussion
  • CAPA
  • Crônicas
  • PoeticaMente
  • Clássicas
  • Amor
  • Política
Política de privacidade - Expediente -

© 2020 Palavras! - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Sem resultado
Ver todos os resultados
  • CAPA
  • Crônicas
  • PoeticaMente
  • Clássicas
  • Amor
  • Política

© 2020 Palavras! - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS