06 de fevereiro de 2020
Quem pode ir contra a força do amor, a maior energia do mundo terreno? Da mesma forma que a fé é capaz de mover montanhas, conforme afirmava Jesus, o amor também é capaz de mover, sobretudo, barreiras por mais intransponíveis que possam parecer. O apóstolo Paulo em Coríntios 13 afirmava que o amor é maior que a fé! Santo Agostinho em sua filosofia dizia que o amor estava na base das mais puras realizações dos seres humanos. E o que é uma coisa pura senão a essência daquilo que nos faz bem?
Uma das provas mais inequívocas do amor verdadeiro é a do presidente da França Emmanuel Macron e da esposa Brigitte Trogneux. Hoje, Macron tem 40 anos e Brigitte 66. Estão casados há 11 anos. As fotos demonstram que ambos se amam. Amam um de amor típico de Romeu e Julieta. Não que o amor deles tenha ocorrido final trágico! Não, graças a Deus e à força do amor ambos vivem felizes, quiçá para sempre ─ como nas belas histórias de amor dos contos de fadas! Mas a intensidade do amor dessas duas celebridades, as dificuldades que ambos tiveram para que se unissem lembram um pouco Romeu e Julieta. E essa nesga de semelhança está na oposição dos pais de Macron à realização amorosa do filho com Brigitte. “Como pode nosso filho tão jovem casar-se com uma velha?” Talvez tenha sido esse o pensamento dos pais ao se posicionarem contra a paixão do filho. Mas, quando se trata de amor verdadeiro nenhum empecilho impedirá a realização. Pois foi o que aconteceu: 14 anos depois os dois se uniram em feliz matrimônio!
Brigitte era professora de Letras ( francês e de latim ) da escola em que Macron estudava na cidade de Amiens. Coube ao destino que ele fosse aluno de Brigitte. Na época, ela tinha 39 anos, Macron 15. Ali nasceu o amor e sua indestrutível força quando ele se apaixona pela professora. Imagine: um garoto impúbere apaixonado por uma senhora de 39 anos! Certamente, quando colegas desse romântico e apaixonado adolescente perceberam os olhares diretos e cheio de ternura à professora acharam muito estranho. Mas amor foge a protocolos ou etiquetas sociais. Ou como disse o célebre Drummond: “Amor foge a dicionários. E a regulamentos vários”. Esses pobres meninos, inocentes ainda das coisas ontológicas do amor, não sabiam a força que este sentimento tem. Se soubessem, naquela época apoiariam o menino imberbe e apaixonado e achariam perfeitamente normal o afeto, o carinho, os olhares que o jovenzinho apaixonado direcionava à professora ─ Inclusive, poderiam até achar normal o beijinho no rosto que Brigitte dera em Macron após a apresentação de uma peça teatral na escola. Será que ela já o amava quando o presenteou com um beijo, ou foi só um afago?
Quantos infortúnios o jovem Macron deve ter passado até os 29 anos quando realmente consolida esse amor incondicional ao se casarem? Quantas vicissitudes Brigitte também deve ter passado? Inclusive da família dela ─ porque ela era casada na época e mãe de três filhos.
Conta-se que quando ele tinha 16 anos, o amor tornou-se explícito. Então os Pais ─ infelizmente sempre tem personagens antagonistas nas mais belas histórias de amor ─ trataram de retirar o filho apaixonado de Amiens, cidade onde moravam, e enviá-lo para Paris na vã expectativa de que a distância afastaria os dois. Pura ingenuidade dos pais! Ignoraram a força incomensurável do amor! Não sabiam que o amor é capaz de romper qualquer barreira.
Nada supera a força do amor! O próprio Macron tinha essa certeza quando afirmou à amada, enquanto estava, digamos, no exílio amoroso em Paris: “Você não vai se livrar de mim. Eu vou voltar e vou casar contigo”. O jovem, embevecido de ternura e fé, sabia que não existiam fronteiras para o amor e que aquela união seria real.
O amor “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”, diz Coríntios capítulo 13 e versículo 7. Macron e Brigitte parece que seguiram esse princípio paulino: acreditaram, esperaram, suportaram até a concretização plena do amor ao unirem-se em matrimônio. A idade, o ti-ti-ti não foram empecilhos!
O amor tudo suporta! Inclusive suporta besteiras preconceituosas como aquela ofensa de Bolsonaro pelo Twitter ao postar uma montagem dele ao lado de Michelle Bolsonaro: ela nova e ele mais velho; Macron novo e a esposa mais velha. O Presidente do Brasil zombando, insinuando que o fato do presidente da França, ao criticar o chefe brasileiro pelas atitudes antiecológicas diante dos incêndios na Amazônia era inveja, provavelmente. Bolsonaro comparou a beleza e não o amor. Mas o que é Bolsonaro diante do amor? Ao que deixa transparecer, ele não entende muito desse sentimento. Ele é apenas “sino que ressoa ou como o prato que retine”, conforme versa poeticamente a carta de Paulo sobre o amor.
O que vale um sem humano sem o amor? O primeiro versículo de Coríntios 13 nos dá a resposta: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine”.
Vald Ribeiro